Oy otakus!
Hoje vou falar um pouco da minha experiência com Carole e Tuesday, um anime recentemente da Netflix.
Eu estava procurando um anime dublado para assistir, quando me deparei com a capa do anime e pensei "mds! Uma menina negra como protagonista de anime. Eu preciso ver esse anime!", então comecei.
Primeiras impressões
Eu amei muito de primeira, mal comecei e já tava recomendando nos storys do Instagram. As músicas são lindas e incríveis (algumas nem tanto, mas a maioria sim). A animação é maravilhosa! Eu me identifiquei um pouco com elas e fiquei curiosa de saber onde essa história iria dar. Até aí estava tudo caminhando para eu amar esse anime. Até que em alguns dos primeiros episódios tem uma fala sobre a Dahlia (mãe de Angela), nela um dos personagens comentava que ela tinha androginia específica de Marte. Eu achei a fala estranha já que claramente ela é uma mulher trans, porém ignorei e segui.
Personagens TQI+
Então é explicado que androginia nesse mundo seria uma espécie de doença causada pela atmosfera de Marte (por isso o nome "androginia de Marte". Que faz com que as pessoas se tornem pessoas trans, não binárias, andróginas, crossdresser (pelo que entendi qualquer pessoa fora do padrão de gênero seria considerada uma pessoa com androginia).
Dahlia ama muito sua filha Ângela, e tenta fazer de tudo para que seu sonho de se tornar uma cantora de sucesso se torne realidade, porém não fica muito claro se realmente esse é o desejo/sonho de Angela ou é algum desejo egoísta de sua mãe que é uma ex estrela infantil que ao ficar mais velha foi descartada.
Alguns episódios depois é revelado que Angela sofria agressões de sua mãe. O motivo disso é o descontrole de sua mãe |Dahlia| após fazer a utilização de remédios (na minha interpretação os tais remédios seriam os remédios hormonais utilizados na transição de pessoas trans).
Após tais acontecimentos Angela decide morar sozinha pois seu antigo quarto lhe dá certo receio por fazê-la lembrar dos acontecimentos passados (até onde assisti não é mostrado como elas se resolvem em relação a isso).
Apesar dos acontecimentos que eu falei, eu simplesmente amo a Dahlia por ser uma mãe incrível que apoia e respeita os sonhos e vontades de sua filha a ponto dela ser até um pouco mimada.
Depois conhecemos Cybelle, personagem não binárie (ou binário). Que é uma pessoa mentalmente instável e extremamente egoísta, que assedia a Tuesday a deixando desconfortável. Quando a Tuesday fala que não gosta e mostra estar desconfortável, ela se mostra extremamente abusiva.
Depois de analisar tudo eu percebi que a representatividade TQI+ nesse anime é muito ruim. São apresentados alguns outros personagens secundários TQI+ que também são quase motivo de piada, como alguns cantores/cantoras nas audições.
Minha opinião
Eu realmente fiquei meio chocada de começo, e demorei até pegar algumas coisas. Agora eu tô meio horrorizada.
Não tô dizendo que o anime é ruim, mas ele é problemático. Ainda não acabei, mas pretendo terminar. Apesar disso tem uma ótima representatividade bi/lésbica logo no começo do anime (inclusive meu episódio favorito, é muito fofo). Achei a construção de mundo um pouco fraca até onde assisti. E me estranha um pouco como tudo parece acontecer meio fácil demais para elas algumas vezes. Não achei o anime ruim, porém ele está longe de ser bom.
Vocês já assistiram Carole e Tuesday? Se sim o que acharam? (comentários LGBTQIA+ fóbicos podem ser excluídos).
Eu particularmente gosto muito de Carole e Tuesday! Achei sua análise mto cirúrgica e quando eu vi não tinha reparado nesses detalhes. A Cybelle (eu acho) que não é trans. Mas em relação a Mãe da Ângela eu quando vi o anime tbm achei uma representação trans bem mal feita... Esse texto ficou incrível e eu recomendo ver até o final :)
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